sábado, 17 de novembro de 2012

Eueides isabella dianasa (Hubner, [1806]), foto por: R. Penalva

Eueides isabella dianasa, R. Penalva, Encontro das Águas, Lauro de Freitas, BA.
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O autor, a espécie e a foto

Em foto de Ruy Penalva (61 anos, médico/empresário), feita em 12-VII-2009, temos aqui nossa quinquagésima segunda participação do público! Trata-se de um belíssimo close-up de Eueides isabella dianasa (Hubner, [1806]), lepidóptero da família Nymphalidae, subfamília Heliconiinae, tirada através de uma Canon EOS Rebel XTi 450 (com 10.1m.pixels), na localidade de Encontro das Águas, em Lauro de Freitas, BA. Nessa foto, feita em um início de tarde às 13h de um dia ensolarado, o autor usou uma lente Canon EF 70-300 I. A imagem foi capturada com luz natural, abertura de diafragma f/10 e velocidade de 1/800.

Biologia

Foto capturada na área do condomínio onde fica a casa do autor, vemos um flagrante de uma borboleta se alimentando possivelmente no buquê de flores (inflorescência) do Eupatorium sp., uma planta da família Asteraceae. E. isabella dianasa (Hubner, [1806]), é uma espécie comum e que gosta de voar em locais ensolarados (heliófilos). Ela pode ser considerada urbana sendo, avistada com frequência em parques e jardins. Mas, também é muito frequente também nas regiões de transição entre a cidade e as áreas de matas. Nos ambientes silvestres está mais presente nas florestas secundárias do que nas primárias. Na rotina alimentar, além de buscarem o nectar das flores e inflorescências silvestres, também o faz em flores cultivadas com, por exemplo, o bico-de-papagaio, Euphorbia pulcherrima Wild., uma planta da família das Euphorbiaceae (Otero, 1986). Possui um voo de lento para moderado. O padrão de cores exibido por suas asas confere a E. isabella dianasa (Hubner, [1806]), status de integrante do um vasto grupo de mimetismo mulleriano, onde mais de três dezenas de espécies se misturam.

As lagartas têm corpo recoberto com espinhos ramificados da cor preta. Elas exibem o dorso com coloração castanha escura, quase negra e ainda com linhas em tons branco-acinzentados. Lateralmente têm cor amarelada. Vivem isoladamente sob as folhas do maracujá, Passiflora edulis Sims, planta da família Passifloraceae (Otero, 1986).
A. Soares

domingo, 28 de outubro de 2012

Siproeta stelenes meridionalis (Fruhstorfer, 1909), foto por: F. Sandrin

Siproeta stelenes meridionalis, F. Sandrin, Horto Florestal (Estação Experimental) Bauru, SP.
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O autor, a espécie e a foto

Em foto de Fátima Sandrin (59 anos, professora, bióloga/etóloga), feita em 20-VIII-2012, temos aqui nossa quinquagésima primeira participação do público! Trata-se de uma bela foto de Siproeta stelenes meridionalis (Fruhstorfer, 1909), lepidóptero da família Nymphalidae, subfamília Nymphalinae, feita por meio de uma Canon EOS Rebel 2Ti (com 18m.pixels), no Jardim Botânico da cidade de Bauru, SP. Para a foto, tirada aproximadamente às 10h15min em dia nublado, a autora usou uma lente macro Canon 100mm. A imagem foi capturada com luz natural, abertura de diafragma f. 7.1, velocidade 1/100 s, ISO 200.

Biologia

Com esta foto, feita no Jardim Botânico de Bauru, a autora nos traz uma interessante imagem dessa espécie flagrando a borboleta com sua camuflagem perfeita quando pousada sobre folha na zona de sombra da floresta. Vejam que a borboleta parece ser transparente tal é a “mistura” entre o tom de verde da face inferior das suas asas e o verde das folhas! S. stelenes meridionalis (Fruhstorfer, 1909) é encontrada em todo leste da América do Sul indo da Amazônia brasileira até a Argentina. É um inseto comum, que apresenta voo de velocidade média e pairado. Gosta de voar tanto em locais semiensolarados (entre as copas das árvores) como também nos mais sombreados (umbrófilos), próximo ao chão da floresta. Além de ser possuidor de uma incrível camuflagem (nas cores da face inferior das asas) é também mimético (nas cores da face superior das asas) de duas espécies de heliconídeos implantáveis: Philaethria werneckei (Rober, 1906) e Philaethria dido (Linnaeus 1763). Estas espécies padrões imitadas por S. stelenes meridionalis (Fruhstorfer, 1909) são facilmente distinguidas pela ausência da “cauda” (pequeno prolongamento de nervura nas asas posteriores) existente na mimética. Prefere ambiente de floresta seja secundária ou primária. Ainda possui um hábito raro de se alimentar tanto do sumo dos frutos maduros caídos ao solo quando de néctar nas flores (Otero, 1986). Isto também a torna mais facilmente fotografável, pois se pode apelar para o uso de iscas para atrair o inseto!

As lagartas têm um corpo coberto esparsamente por espinhos ramificados nas cores laranja e negra, distribuídos em séries longitudinais. A cor do corpo é predominantemente negra. A cabeça exibe longos cornos negros e ramificados. Com hábitos diurnos e solitários, as lagartas alimentam-se de várias espécies de plantas da família Fabaceae, como por exemplo: Calliandra tweedi Benth. e Calliandra parvifolia (Hook. & Arn.) Speg.
A. Soares & F. Sandrin

sábado, 8 de setembro de 2012

Myscelia orsis (Drury, 1782), foto por: L. Dingain

Myscelia orsis, L. Dingain, Rev. Eco. do Guapiaçu, Cach. de Macacu, RJ.
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O autor, a espécie e a foto

Em foto de Lee Dingain (41 anos, analista de sistema), feita em 15-VI-2012, temos aqui nossa quinquagésima participação do público! Trata-se de uma fantástica foto em close-up de Myscelia orsis (Drury, 1782), lepidóptero da família Nymphalidae, subfamília Biblidinae, capturada utilizando-se uma Canon EOS 7D (com 18.1m.pixels), na Reserva Ecológica do Guapiaçu (REGUA), em Cachoeiras de Macacu, RJ. Para a foto, tirada aproximadamente às 11h15min de uma manhã com céu limpo, o autor ainda usou uma lente zoon telephoto de Ef 100-400L IS da marca Canon, sendo ela capturada nas condições de: luz natural, abertura de diafragma f/9 e velocidade de 1/400.

Biologia

Tirada a foto na região dos alagados situada na Fazenda São José que integra a Reserva Ecológica do Guapiaçu (REGUA), vemos a borboleta em repouso sobre a folhagem com suas abertas tomando sol se aquecendo para o voo. M. orsis (Drury, 1782), é uma espécie que se alimenta do sumo das frutas maduras caídas no chão da floresta. É um inseto preferencialmente silvestre. Ocorre assim, tanto nas florestas primárias quanto nas secundárias, porém é mais comum nas últimas. Comumente é avistada voando em topos de pequenos morros, em locais onde existam clareiras (heliófilos), mas também é possível vê-la na parte sombreada da floresta onde busca seu alimento ao longo de trilhas úmidas.  O voo rápido é feito em altura de mediana a baixa em relação ao solo.

Lagartas têm um corpo com a cor predominantemente verde e máculas amareladas dorsais e laterais. É recoberto de espinhos ramificados. Já a cabeça tem um par de longos cornos. Possivelmente têm hábito diurno e solitário. Alimentam-se basicamente de plantas do gênero Dalechampia, mas eventualmente, podem ser encontradas em Tragia sp., ambas plantas da família Euphorbiaceae (Brown, 1992).
A. Soares

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Rhetus periander eleusinus Stichel, 1910), foto por: R. Penalva

Rhetus periander eleusinus, R. Penalva, Itacaré Eco Resort, Itacaré, BA.
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O autor, a espécie e a foto

Em foto de Ruy Penalva (61 anos, médico/empresário), feita em 26-II-2012, temos aqui nossa quadragésima nona participação do público! Trata-se de um bom flagrante de Rhetus periander eleusinus (Stichel, 1910), lepidóptero da família Riodinidae, subfamília Riodininae, tirada através de uma Canon EOS 7D (com 18m.pixels), na área do Itacaré Eco Resort, Itacaré, BA. Nessa foto, feita em uma final de manhã às 10h de um dia ensolarado, o autor usou uma lente Canon EF 70-300 I. A imagem foi capturada com luz natural, abertura de diafragma f/7.5 e velocidade de 1/500.

Biologia

Tirada a foto na área do manguezal próxima ao riacho do Itacaré Eco Resort, vemos a borboleta em pouso típico, sob a parte inferior das folhas de um grupo de plantas da família das Bromeliaceae e Marantaceae. R. periander eleusinus (Stichel, 1910), é uma espécie de riodinídeo bem comum e que gosta de voar tanto em locais ensolarados (heliófilos) quanto em sombreados (umbrófilos). Ela pode ser considerada semiurbana sendo, por vezes, avistada nas bordas entre cidades e as áreas de matas. Nos ambientes silvestres está mais presente nas florestas secundárias do que nas primárias. Na rotina alimentar, além buscarem nas flores e inflorescências, o néctar, seus machos também freqüentam o solo onde bebem água e sais para complementarem sua dieta. Possui um voo rapidíssimo e uma grande diferença na coloração entre os machos e as fêmeas (dimorfismo sexual). Assim, os machos têm cores azuis na face superior das asas. Já as fêmeas são desprovidas de tal azul. Nas faces inferiores, ambos os sexos, apresentam colorações semelhante.

As lagartas têm corpo parcialmente recoberto com tufos de pelos grenás. Exibem quase totalmente a cor negra, mas há dorsalmente na porção mediana, machas na cor creme e ainda pontos vermelhos que são pedúnculos distribuídos pelo corpo de onde saem os tufos de pelos. Vivem isoladamente e se empupam sobre as folhas. No norte do continente sul americano, há registro de se alimentar do guabá, Ingá punctata Willd., uma planta da família Fabaceae. Além disso, aqui no Sudeste do Brasil, e um exemplo de adaptação alimentar a uma planta não nativa! Assim sendo, há registro de se alimentar da amendoeira-da-praia, Terminalia catappa L., uma planta da família Combretaceae, oriunda da Ásia (Otero, 1999).
A. Soares

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Carminda paeon (Godart, [1824]), foto por: R. França

Carminda paeon, R. França, Pedra Grande, Atibaia, SP.
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O autor, a espécie e a foto

Em foto de Renato França (47 anos, fotógrafo/publicitário), feita em 06-IV-2012, temos aqui nossa quadragésima oitava partipação do público! Trata-se de um belo close-up de Carminda paeon (Godart, [1824]), lepidóptero da família Nymphalidae, subfamília Satyrinae, capturada utilizando-se uma Canon EOS 7D (com 18.1m.pixels), em Pedra Grande, Atibaia, SP. Para a foto, tirada aproximadamente às 13h15min no início de uma tarde parcialmente nublada, o autor ainda usou uma lente macro de 105 mm da marca Nikkor.

Biologia

Em foto tirada nas cercanias de Pedra Grande, Atibaia, o autor flagrou, em momento de repouso em uma folha, uma bela fêmea desta borboleta demonstrada pelas cores vivas das asas posteriores (machos têm cores mais pálidas). C. paeon (Godart, [1824]), é uma borboleta comum que voa em locais sombreados (umbrófilos) sendo muito raramente avistada fora mata fechada. Presente tanto na mata secundária quanto nas primárias, prefere o nível mais próximo do solo da floresta onde visita frutos maduros caídos ao chão para se alimentar do sumo desses. Tem voo lento e ligeiramente errático. Como muitas espécies da subfamília Satyrinae, esta possui nas cores das faces inferiores das asas um excelente disfarce. Exibe assim cores crípticas, que funcionam como camuflagem ocultando o inseto na mata. Excelente meio de atração para se melhor observar C. paeon (Godart, [1824]) é a utilização de iscas feitas com frutas maduras e caldo-de-cana e posicionadas nas trilhas no interior da mata.

Pouco há descrito sobre as lagartas dessa espécie. Usando um referencial geral das lagartas da subfamília podemos dizer que: provavelmente seus corpos são quase lisos com discretas corrugações anelares e possivelmente são recobertos de pelos finíssimos. Pode haver um par de pequenos cornos na cabeça e na parte posterior par de apêndices espiniformes. Nas cores devem predominar tons marrom ou verde. Os hábitos devem noturnos, isolados ou gregários em pequenos grupos. Já quanto à alimentação há registro de comerem folhas de bambus (Brown, 1992).
A. Soares

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Glutophrissa drusilla drusilla (Cramer, 1777), foto por: A. Soares

Glutophrissa drusilla drusilla, A. Soares, Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, Rio de Janeiro, RJ.
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O autor, a espécie e a foto

Em foto de Alexandre Soares (52 anos, biólogo), feita em 07-VIII-2012, temos aqui nossa quadragésima sétima participação do público! Trata-se de mais uma bonita foto de Glutophrissa drusilla drusilla (Cramer, 1777), lepidóptero da família Pieridae, subfamília Pierinae, capturada através de uma Sony Cyber-shot DSC-W330 (com 14.1m.pixels), na Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, Rio de Janeiro, RJ. A foto foi tirada no início de uma tarde ensolarada, aproximadamente às 13h, utilizando-se a lente padrão da máquina.

Biologia

Na foto, feita nos jardins do Paço Imperial, na Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, Rio de Janeiro, nós vemos a borboleta sobre o buquê de flores roxas do arbusto estrela-do-egito, Pentas lanceolata (Forsk.) Deflers, uma planta da família Rubiaceae. G. d. drusilla (Cramer, 1777), espécie comum mais não tão abundante como outro pierídeos que integram os bandos que costumam povoar as flores de áreas abertas e ensolaradas (heliófilas). É relativamente resistente as mudanças do ambiente, por isso, pode-se vê-la até nos centros urbanos das maiores cidades! Seu grau de adaptação ao homem é tão bom que proporciona a espécie ser uma borboleta típica das áreas urbanas. Todavia, também está presente nas semiurbanas ou florestas secundárias. Além disso, é migratória. Seu voo é rapidíssimo e errático (Otero & Marigo, 1992), sempre ao redor das flores ou buquês (inflorescências) onde busca o seu alimento preferencial, o néctar. Os machos também podem frequentar o chão onde procuram por poças d’água para beber água junto com os sais contidos nela. E aí, comparecem, por vezes, as dezenas compondo a reunião de borboletas popularmente chamada de panapaná.

Suas lagartas têm o corpo quase liso com suaves corrugações anelares distribuídas de modo segmentar. A coloração geral é verde, mas tem pequeníssimos pontos amarelos sobre a área das corrugações. Na parte latero-ventral tem uma discreta faixa branca. Têm hábitos noturnos e isolados. Alimentam-se de plantas da família Capparidaceae petencentes ao gênero Cleome, (Brown, 1992).
A. Soares

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Vehilius stictomenes stictomenes (Butler, 1877), foto por: M. F. Castilhori

Vehilius stictomenes stictomenes, M. F. Castilhori, Ilha Grande, Angra dos Reis, RJ.
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O autor, a espécie e a foto

Em foto de Marcelo Fraga Castilhori (35 anos, biólogo), capturada a imagem em meados de junho de 2012, temos aqui nossa quadragésima sexta participação do público! Temos assim, mais um bom close-up de Vehilius stictomenes stictomenes (Butler, 1877), lepidóptero da família Hesperiidae, subfamília Hesperiinae, tirada através de uma Fuji Finepix S9100 (com 9.1m.pixels), na Praia de Dois Rios, Ilha de Grande, Angra dos Reis, RJ. Nessa foto, capturada aproximadamente às 17h15min da tarde, em dia ensolarado, o autor usou a lente padrão da própria máquina.

Biologia

Tirada a na Praia de Dois Rios, Ilha de Grande, Angra dos Reis, RJ, a foto mostra a pequena a borboleta se alimentando na flor do feijão-da-praia, Canavalia rosea (Sw.) DC,Mercurialis annua planta da família Fabaceae. V. s. stictomenes (Butler, 1877), é uma espécie ocorrente tanto as áreas litorâneas no Sudeste, quanto nas do interior. É uma mais borboleta típica borda entre cidade e área silvestre (área semiurbana), mas que também habita áreas de matas com florestas secundárias. Como muitos membros da família Hesperiidae, além de se alimentarem de néctar em flores e inflorescências, seus machos complementam a alimentação com sais que procuram em diversas fontes da floresta. Assim sendo, é possível atrai-los mediante o uso de isca feita com papel higiênico molhado de modo a simular as fezes de pássaros, uma das fontes de sais, que buscam na natureza. Seu voo é veloz e irregular descrevendo várias mudanças de nível.

Lagartas, como na grande maioria dos Hesperiidae, têm cabeças grandes e corpo vermiforme sendo quase lisas apresentando suaves corrugações anelares. Vivem isoladamente e se empupam sobre as folhas fechando-as em forma de “tubos”. As espécies do gênero Vehilius são polífogas, muitas alimentam-se de diversas plantas da família Poaceae, em especial do capim-navalha, Paspalum virgatum Cham. & Schlecht.

A. Soares

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Carystus phorcus claudianus (Latreille, [1824]), foto por: C. Koschnitzke

Carystus phorcus claudianus, C. Koschnitzke, na Lagoa do Visgueiro, Parq. Nac. Rest. Jurubatiba, Quissamã, RJ.
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O autor, a espécie e a foto

Em foto de Cristiana Koschnitzke (47 anos, bióloga/botânica), feita em 11-IV-2012, temos aqui nossa quadragésima quinta participação do público! Trata-se de um belíssimo close-up de Carystus phorcus claudianus (Latreille, [1824]), lepidóptero da família Hesperiidae, subfamília Hesperiinae, capturada utilizando-se uma Kodak EasyShare C713 (com 7m.pixels), na Lagoa do Visgueiro, Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, em Quissamã, RJ. Para a foto, tirada aproximadamente às 1oh no início de uma manhã nublada, a autora usou lente padrão da máquina.

Biologia

Tirada a foto nas cercanias da Lagoa do Visgueiro, Parq. Nac. da Rest. de Jurubatiba, Quissamã, RJ, vemos a borboleta em repouso na folhagem. O exemplar aqui visto é uma fêmea e está pousada de um modo atípico para borboletas, porém comum para a família Hesperiidae, onde mantém semiabertas as asas do par anterior e abertas as do par posterior. C. phorcus claudianus (Latreille, [1824]), é uma espécie que habita as florestas secundárias e primárias. Tem preferência pelas zonas úmidas e sombrias da mata (umbrófila). É uma espécie de hábitos crepuscular, o que indicado pelos pigmentos mais avermelhados dos olhos (Brown, 1992). Quando em atividade, nas trilhas mais fechadas, pode-se avistá-la em flores ou ainda em folhas, onde existam depositados resíduos de fezes de pássaros. Buscam aí os machos sais, sendo assim, possível aí atrai-los mediante o uso de isca feita com papel higiênico molhado de modo a simular as fezes de pássaros. Seu voo é rapidíssimo e irregular.

Lagartas têm o corpo verde claro e quase liso, com pequenas corrugações. Como em geral, nas espécies da família Hesperiidae, a cabeça é bem grande. Os hábitos são solitários e noturnos. Alimentam de espécies de palmeiras, plantas da família Arecaceae (Brown, 1992), como por exemplo, a bocaiúva, Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd.
A. Soares

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Heliconius ethilla narcaea (Godart, 1819), foto por: F. Sandrin

Heliconius ethilla narcaea, F. Sandrin, Horto Florestal (Estação Experimental) Bauru, SP.
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O autor, a espécie e a foto

Em foto de Fátima Sandrin (59 anos, professora, bióloga/etóloga), feita em 16-IV-2012, temos aqui nossa quadragésima quarta participação do público! Trata-se de uma bela foto de Heliconius ethilla narcaea (Godart, 1819), lepidóptero da família Nymphalidae, subfamília Heliconiinae, feita por meio de uma Canon EOS Rebel 2Ti (com 18m.pixels), no Horto Florestal (Estação Experimental) da cidade de Bauru, SP. Para a foto, tirada aproximadamente às 11h em dia ensolarado, a autora usou uma lente macro Canon 100mm. A imagem foi capturada com luz natural, abertura de diafragma f. 3.2, velocidade 1/800 s, ISO 160.

Biologia

Em mais uma foto feita no Horto Florestal de Bauru a autora nos traz um interessantíssimo flagrante da corte entre um casal de borboletas popularmente conhecidas como maria-bobas. Na imagem temos o macho voando e a fêmea pousada sobre a folha. O voo do macho é um tipo de balé, quando pulveriza odores estimulantes (feromônios) sobre a fêmea na tentativa de prepará-la para a cópula. Apesar disso, a fêmea, ainda não preparada para acasalar se mantém de asas abertas o que obstrui os esforços do companheiro (com. pess. Luiz Otero). H. ethilla narcaea (Godart, 1819) é encontrada em uma faixa que abrange do litoral sul da Bahia, Estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro, zona de fronteira entre esses estados e o de Minas Gerais descendo até litoral do Estado de São Paulo e daí estendendo-se para região central do estado. Nesta última porção ocorre misturada com outra subespécie, H. ethilla polychrous C. & R. Felder, 1865 (apresenta uma coloração mais escura, com menos amarelo), pois o centro de São Paulo é uma zona de sobreposição destas subespécies. É um inseto comuníssimo, que apresenta voo lento e regular, gostando de voar tanto em locais ensolarados (heliófilos) como nos mais sombreados (umbrófilos). Quase sempre prefere ambientes perturbados como as bordas das cidades, as áreas de matas (semiurbana) e florestas secundárias. É uma boa indicadora de área que sofreu ação do homem.

As lagartas têm um corpo coberto esparsamente por espinhos negros. A cor do corpo é predominantemente branca na região dorsal, mas também apresenta pontos negros. Ventralmente tem coloração amarela. Ao contrário de muitas lagartas, essas são bem visíveis sobre a folhagem, todavia, são rejeitadas pelos predadores, pois suas cores são também indicativas de sua toxidade (têm cores apocemáticas). Com hábitos diurnos e solitários, as lagartas alimentam-se de várias espécies de maracujá, que incluem tanto os selvagens quanto o cultivado Passiflora alata Curtis (Otero, 1986).
A. Soares & F. Sandrin

domingo, 5 de agosto de 2012

Historis odius odius (Fabricius, 1775), foto por: L. Dingain

Historis odius odius, L. Dingain, Rev. Eco. do Guapiaçu, Cach. de Macacu, RJ.
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O autor, a espécie e a foto

Em foto de Lee Dingain (41 anos, analista de sistema), feita em 11-VI-2012, temos aqui nossa quadragésima terceira participação do público! Trata-se de uma fantástica imagem em close-up de Historis odius odius (Fabricius, 1775), lepidóptero da família Nymphalidae, subfamília Nymphalinae, capturada utilizando-se uma Canon EOS 7D (com 18.1m.pixels), na Reserva Ecológica do Guapiaçu (REGUA), em Cachoeiras de Macacu, RJ. Para a foto, tirada aproximadamente às 14h de uma tarde parcialmente nublada, o autor ainda usou uma lente zoon telephoto de Ef 100-400L IS da marca Canon.

Biologia

Tirada a foto no pátio da pousada Bird Lodge situada na Fazenda São José que integra a Reserva Ecológica do Guapiaçu (REGUA), vemos a borboleta com sua probóscide (espirotromba) estendia se alimentando em uma das pranchas/comedouros (existe um conjunto delas dispostas no platô que cerca a casa), onde há isca de banana para atração de borboletas e pássaros. Muito úteis são tais pranchas/comedouros que proporcionando uma base para a colocação das iscas amplia as fontes de alimento para os bichos melhorando a possibilidade de uma boa foto para os Lepidopterófilos. Várias podem ser as iscas utilizadas. Elas sempre devem ofertar frutas em adiantado estado de amadurecimento, ou mesmo, em já decomposição inicial. A fermentação resultante dessa condição parece ser o segredo de uma boa isca! H. o. odius (Fabricius, 1775), tem um habitat variado podendo ser considerada uma espécie urbana, semiurbana e silvestre. Nas matas ocorre tanto nas florestas primárias quanto nas secundárias (Otero & Marigo, 1990), porém é mais comum nas últimas. É extremamente apta a voar tendo voo poderoso e rapidíssimo. É um verdadeiro bólido entre as borboletas! Comumente é avistada voando entre as copas das árvores ou pousadas em galhos e troncos, onde se alimentam de exsudações das árvores. Apesar de voar preferencialmente em locais sombreados (umbrófilos) tem grande resistência ao calor mantendo atividade durante as horas quentes do dia (Otero, 1986), podendo, por vezes, até mesmo voar em áreas abertas.

Lagartas têm um corpo coberto de espinhos ramificados na cor vermelha. As cores do corpo são creme com raias em negro. Já a cabeça tem cores vermelha e preta e também há um par de cornos curtos e ramificados na cor vermelha. Têm hábito diurno, solitário e se alimentam basicamente de plantas do gênero Cecropia (Otero & Marigo, 1990), e em especial, da embaúba-prateada, Cecropia lololeuca Miq., planta da família Cecropiaceae.
A. Soares

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Ministrymon una (Hewitson, 1873), foto por: R. Penalva

Ministrymon una, R. Penalva, Encontro das Águas, Lauro de Freitas, BA.
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O autor, a espécie e a foto

Em foto de Ruy Penalva (61 anos, médico/empresário), feita em 26-X-2003, temos aqui nossa quadragésima segunda participação do público! Trata-se de um bom flagrante de Ministrymon una (Hewitson, 1873), lepidóptero da família Nymphalidae, subfamília Heliconiinae, tirada através de uma Canon EOS10D (com 6.3m.pixels), na localidade de Encontro das Águas, em Lauro de Freitas, BA. Nessa foto, feita em uma final de manhã as 11h:30min de um dia ensolarado, o autor usou uma lente Canon EF 75-300 I. A imagem foi capturada com luz natural, abertura de diafragma f/6.7 e velocidade de 1/350.

Biologia

Tirada a foto no quintal da própria casa do autor, vemos um flagrante de uma borboleta fêmea no ato da postura dos ovos (oviposição) nos brotos florais (de onde nascerão as flores) do arbusto de malícia ou dormideira, Mimosa pudica L., uma planta da família Fabaceae. Toda espécie borboleta tem uma(s) planta(s) determinada(s) a(s) qual(is) é(são) procurada(s) por suas fêmeas para a oviposição. As que procuram uma única espécie de planta, para a futura alimentação da prole, dizemos que têm lagartas monófagas. Já as que procuram variadas plantas nós chamamos de polífagas. O tipo de postura de uma borboleta também é muito variado podendo, por exemplo: ocorrer em número de um ou em grupos com vários ovos. Há igualmente variações nos locais de postura na planta, sendo, os mais frequentes: flores, botões florais, folhas e talos de folhas. Ainda pode ocorrer uma variação no “pé” de vegetal usado, ocorrendo a postura em uma mesma planta ou distribuída em várias. M. una (Hewitson, 1873), é uma espécie comum e que pode ser confundida com algumas outras espécies da família Lycaenidae. Tem uma ocorrência frequente nas bordas entre as cidades e áreas silvestres (área semiurbana), também habita áreas de matas sejam elas de florestas secundárias ou primárias, sendo muito mais presente nas primeiras. Como as maiorias dos representantes desta família, as borboletas são vistas com maior frequência em flores ou inflorescências nas clareiras em locais ensolarados (heliófilos), nos topos dos morros nos habitat citados. Seu voo é irregular descrevendo várias mudanças de nível.

Lagartas, como grande maioria dos Lycaenidae: têm corpo vermiforme, são lisas, vivem isoladamente e se empupam sobre as folhas. Na bibliografia existente é difícil achar dados sobre plantas alimento de M. una (Hewitson, 1873). Todavia, nós, com a contribuição do autor através desta importante foto, temos aqui interessante registro do arbusto malícia ou dormideira (Mimosa pudica L., planta da família Fabaceae), como possível planta alimento.
A. Soares

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Hamadryas feronia feronia (Linnaeus, 1758), foto por: M. F. Castilhori

Hamadryas feronia feronia, M. F. Castilhori, Ilha Grande, Angra dos Reis, RJ.
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O autor, a espécie e a foto

Em foto de Marcelo Fraga Castilhori (35 anos, biólogo), capturada a imagem em 29-V-2011, temos aqui nossa quadragésima primeira participação do público! Assim, exibimos mais um belíssimo close-up de Hamadryas feronia feronia (Linnaeus, 1758), lepidóptero da família Nymphalidae, subfamília Biblidinae, tirada através de uma Sony Cyber-shot DSC-H9 (com 8.1m.pixels), na Ilha Grande, Angra dos Reis, RJ. Nessa foto, capturada aproximadamente às 11h15min da manhã, em dia ensolarado, o autor usou a lente padrão da própria máquina.

Biologia

Tomada a foto em uma trilha da na Ilha Grande,  Angra dos Reis , RJ, vemos a borboleta em um típico pouso (de cabeça para baixo), em um tronco de árvore onde as cores de suas asas predominantemente em tons de cinza-azulado, bege e castanho (crípticas), proporcionam excelente camuflagem. H. f. feronia (Linnaeus, 1758), espécie comum está presente mais frequentemente na zona sombreada das matas (umbrófilas), mas pode ser também avistada cruzando de passagem pelas áreas ensolaradas (hefiólias). É encontrada em matas com florestas secundárias, sendo potencial indicador de ambientes abertos ou impactados (Barbosa, 2009). Seu voo é normalmente rápido e irregular, mas ao sobrevoar o alimento voam em círculos e de forma mais lenta. Alimenta-se do sumo das frutas maduras caídas no chão das florestas. Pertencendo esta espécie ao grupo das borboletas-estalo, seus os indivíduos produzem assim sons de estalidos ao se deslocar.

As lagartas têm o corpo com cores marrons e negras arranjadas como uma renda. O corpo é coberto de espinhos ramificados de cor negra e a cabeça apresenta cornos ramificados. Apresentam hábitos diurnos. Alimentam-se de uma trepadeira do gênero Dalechampia, (Otero, 1986), planta da família Euphorbiaceae.
A. Soares

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Morpho epistrophus catenaria (Perry, 1811), foto por: J. Caloi

Morpho epistrophus catenaria, J. Caloi, em Pedra Grande, Atibaia, SP.
Clique na foto para vê-la ampliada!

O autor, a espécie e a foto

Em foto de Juliana Caloi (35 anos, arquiteta), feita em 26-II-2012, temos aqui nossa quadragésima participação do público! Trata-se de uma bela imagem de Morpho epistrophus catenaria (Perry, 1811), lepidóptero da família Nymphalidae, subfamília Morphinae, fotografada através de uma Canon EOS T2-I (com 18m.pixels), na região de Pedra Grande, em Atibaia, SP. A foto foi feita em uma manhã ensolarada, aproximadamente às 11h30min. A autora ainda usou uma lente macro de 105 mm da marca Nikkor.

Biologia

Tirada a foto em uma determinada fazenda em Pedra Grande, Atibaia, vemos a borboleta pousada na folhagem da zona sombreada da mata (umbrófila) provavelmente se protegendo do sol forte. M. epistrophus catenaria (Perry, 1811), é uma espécie bem comum e que intercala seu vôo entre as áreas abertas e bem iluminadas (heliófila) da floresta e as fechadas. Assim, muitas vezes, pode ser avistadas em trilhas e nas bordas da floresta. Seu voo é lento e majestoso como quase todas as borboletas deste gênero. Habita as áreas de fronteiras entre as cidades e as florestas (semiurbana), e também as silvestres, onde se faz notar tanto nas matas secundárias quanto nas primárias.

Suas lagartas são muito chamativas e exibem colorido belíssimo com tons de vermelho, branco e negro. O corpo é recoberto por pilosidades nas cores vermelha e branca. Há uma espécie próxima Morpho atena Otero, 1966, que apenas se difere de M. epistrophus catenaria (Perry, 1811) pela lagarta.  Resumidamente, nesta espécie descrita por Otero, não há os ocelos sobre a linha branca que está no dorso da lagarta. São noturnas e gregárias podendo ser facilmente avistadas, pois ao se concentrarem sobre uma única folha formam uma massa colorida no meio da folhagem. Alimentam-se preferencialmente de plantas do gênero Inga (Otero, 1990) e, no sul do país, de Acacia longifolia (Andrews) Willd. (Costa Lima, 1968), plantas da família Fabaceae.
A. Soares

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Zaretis itys itylus (Westwood, 1850), foto por: J. Bizarro

Zaretis itys itylus, J. Bizarro, Rev. Eco. do Guapiaçu, Cach. de Macacu, RJ.
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O autor, a espécie e a foto

Em foto de Jorge Bizarro (50 anos, médico/entomólogo), feita em 19-VIII-2011, temos aqui nossa trigésima nona participação do público! Trata-se de um belíssimo close-up e Zaretis itys itylus (Westwood, 1850), lepidóptero da família Nymphalidae, subfamília Charaxinae, capturada através de uma Sony Cyber-shot DSC-H50 (com 9.1m.pixels), na Reserva Ecológica do Guapiaçu (REGUA), em Cachoeiras de Macacu, RJ. A foto foi capturada em um início de uma manhã ensolarada, aproximadamente às 07h15min, utilizando-se a lente padrão da máquina.
Nota. Esta imagem, e muitas outras, constam no álbum de fotos do autor cujo endereço é: < https://picasaweb.google.com/109868070201779395959 >.

Biologia

Nesta foto feita nas proximidades de sede da REGUA (Fazenda São José), nós vemos a borboleta pousada no solo da mata sobre a folhagem se alimento de um pedaço de banana madura usada como isca para e feitura desse close-up. Z. itys itylus (Westwood, 1850), espécie comum, porém relativamente de difícil observação, pois vive na parte sombreada da floresta (umbrófila) e, além disso, como podemos notar, exibe uma coloração que lhe dá uma camuflagem perfeita do habitat que vive. Por isso é chamada de borboleta-folha. Reparem na perfeição da camuflagem que exibe até, na extremidade posterior das asas um prolongamento como se fosse o pecíolo de uma folha! É encontrada em matas com florestas secundárias ou primárias. Tem um voo muito rápido e irregular. Alimenta-se do sumo das frutas maduras caídas ao chão da floresta e de exsudações nos troncos das árvores.

Suas lagartas são de um formato incomum! Elas apresentam, no primeiro terço do corpo uma dilatação em forma de parênteses e a sua coloração é em tons de cinza, castanho e marrom escuro que no dorso do inseto apresenta-se formando figuras geométricas. A cabeça também exibe pequenos cornos. Apresentam hábitos diurnos e isolados. Alimentam-se de plantas da família Flacourtiaceae, do gênero Casearia (Otero & Marigo, 1990). Mas, em especial, com podemos ver no site do Dr. D. Janzen, < http://janzen.sas.upenn.edu/caterpillars/database.lasso > Casearia arborea Urb., se destaca com a mais rotineiramente atacada.
A. Soares & J. Bizarro

domingo, 1 de julho de 2012

Aphrissa statira statira (Cramer, 1777), foto por: A. Soares

Aphrissa statira statira, A. Soares, Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, Rio de Janeiro, RJ.
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O autor, a espécie e a foto

Em foto de Alexandre Soares (52 anos, biólogo), feita em 28-VI-2012, temos aqui nossa trigésima oitava participação do público! Trata-se de mais uma boa imagem de Aphrissa statira statira (Cramer, 1777), lepidóptero da família Pieridae, subfamília Coliadinae, capturada através de uma Sony Cyber-shot DSC-W330 (com 14.1m.pixels), na Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, Rio de Janeiro, RJ. A foto foi tirada no início de uma tarde parcialmente nublada, aproximadamente às 13h:15min, utilizando-se a lente padrão da máquina.

Biologia

Na foto, feita nos jardins do Paço Imperial, na Quinta da Boa Vista, São Cristóvão, Rio de Janeiro, nós vemos a borboleta sobre o buquê de flores roxas do arbusto estrela-do-egito, Pentas lanceolata (Forsk.) Deflers, uma planta da família Rubiaceae. A. s. statira (Cramer, 1777), espécie comum e abundante, vive em qualquer área ensolarada (heliófila). É relativamente resistente as mudanças do ambiente. Seu grau de adaptação ao homem é grande o que a torna uma borboleta típica das áreas urbanas, semiurbanas ou florestas secundárias. Assim sendo, pode-se vê-la até nos centros urbanos das maiores cidades! Além disso, pode ser uma borboleta migratória. Algumas populações formam bandos migratórios que podem ser registrados em fluxos contínuos por semanas nos meses de primavera, no Sudeste brasileiro, voando fortemente até contra o vento (Negret, 1988)! Seu sobrevoo local é normalmente rápido e ágil sempre buscando pelas flores ou buquês (inflorescências). Os machos também podem frequentar o chão onde procuram por poças d’água para beber água junto com os sais contidos nela. E aí, comparecem, por vezes, as dezenas compondo a reunião de borboletas popularmente chamada de panapaná.

Suas lagartas corpo quase liso com suaves corrugações anelares distribuídas de modo segmentar. A coloração geral é verde, mas tem pequenos pontos escuros sobre a área das corrugações. Na parte latero-ventral tem uma faixa amarela. Têm hábitos noturnos e isolados. Alimentam-se de várias plantas (são polífogas), como por exemplo: Brassica oleraceae L., a couve cultivada, uma Brassicaceae (antigas Cruciferae) e Senna corymbosa Lam., o fedegoso, uma Fabaceae (Costa Lima, 1968).
A.Soares

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Heliconius erato phyllis (Fabricius, 1775), foto por: R. Penalva

Heliconius erato phyllis, R. Penalva, Encontro das Águas, Lauro de Freitas, BA.
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O autor, a espécie e a foto

Em foto de Ruy Penalva (61 anos, médico/empresário), feita em 10-IV-2005, temos aqui nossa trigésima sétima participação do público! Trata-se de um bom close-up de Heliconius erato phyllis (Fabricius, 1775), lepidóptero da família Nymphalidae, subfamília Heliconiinae, tirada através de uma Canon EOS10D (com 6.3m.pixels), na localidade de Encontro das Águas, em Lauro de Freitas, BA. Nessa foto, capturada possivelmente em uma manhã de um dia parcialmente nublado, o autor usou uma lente Canon EF 75-300 I. A imagem foi capturada com luz natural, abertura de diafragma f/5.6 e velocidade de 1/90.

Biologia

Tirada a foto no quintal da própria casa do autor, vemos a borboleta sobre o buquê de flores (inflorescência) do arbusto Lantana camara L., uma planta da família Verbenaceae, uma das principais fontes de alimento. H. erato phyllis (Fabricius, 1775), é mais uma espécie comuníssima e que gosta de voar em locais ensolarados (heliófia). É uma espécie que pode ser considerada semiurbana sendo rotineiramente avistada nas bordas entre cidades e as áreas de matas. Nos ambientes silvestres está mais presente, com populações numerosas, nas florestas secundárias do que nas primárias. Conforme a região do Brasil que ocorre, esta espécie tem uma grande variação cromática, apresentado populações que exibem um colorido muito diferente da subespécie aqui figurada. Por vezes, é até difícil se acreditar que se trata da mesma espécie! Possui, não só um voo lentíssimo como também uma reação vagarosa a ataques, pois sendo uma espécie de gosto ruim (impalatável) para seus predadores, não necessita ser veloz ou ágil. A noite dorme de um modo gregário reunidos em pequenos grupos de indivíduos (Otero, 1986). Tem uma vida muito longa (podem atingir 6 meses), pois sua dieta inclui, além de néctar, também pólen, que contribui para sua longevidade.

As lagartas são belas! Têm o corpo na cor branca acinzentada, com pontos pretos e laranjas. Há vários processos espinhosos (não ramificados) distribuídos pelo corpo na cor preta. A cabeça apresenta uma cor amarela. Seus hábitos são diurnos e gregários. Alimentam-se de diversos tipos de plantas da família Passifloraceae, como por exemplo, Passiflora organensis Gardner, o maracujá. (Otero, 1986).
A. Soares

sábado, 23 de junho de 2012

Heraclides torquatus polybius (Swainson, 1823), foto por: F. Sandrin

Heraclides torquatus polybius, F. Sandrin, Horto Florestal (Estação Experimental) Bauru, SP.
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O autor, a espécie e a foto

Em foto de Fátima Sandrin (59 anos, professora, bióloga/etóloga), feita em 31-III-2012, temos aqui nossa trigésima sexta participação do público! Trata-se de uma bela foto de Heraclides torquatus polybius (Swainson, 1823), lepidóptero da família Papilionidae, subfamília Papilioninae, feita por meio de uma Canon EOS 2Ti (com 18m.pixels), no Horto Florestal (Estação Experimental) da cidade de Bauru, SP. Para a foto, tirada aproximadamente às 10h30min em dia parcialmente nublado, a autora usou uma lente Canon 135mm. A imagem foi capturada com luz natural, abertura de diafragma f. 5.6, velocidade 1/60 s, ISO 400, distância do objeto 0,67 m.

Biologia

A foto feita na Estação Experimental do Horto Florestal de Bauru é muito interessante, pois temos um indivíduo com uma variação no amarelo das asas, que tende ao branco! Nela vemos a borboleta sobre ramos de gramíneas em decomposição, em uma área sombreada do bosque. H. torquatus polybius (Swainson, 1823), é uma espécie onde a aparência do indivíduo macho exibe uma marcante diferença em relação a fêmea (dimorfismo sexual). Assim sendo, o exemplar que ilustra este artigo é um macho, já as fêmeas são muito diferentes tendo as cores das asas em predominantemente em negro, com uma grande mácula branca na área das células discais em ambas as asas anteriores e ainda uma banda, de células não contínuas, vermelho-rosada na área pós-mediana das asas posteriores. Ou seja, o indivíduo do sexo feminino não exibe amarelo, nem variações desta cor, nas asas. Esta espécie é encontrada em uma grande área, ocorrendo desde o sul da Bahia, passando pelo Sudeste e atingindo o seu limite: a oeste no Mato Grosso do Sul e ao sul no oeste de Santa Catarina. É um inseto comum, que gosta de voar em locais ensolarados (heliófilos) podendo ser observado esporadicamente, em vários habitats. Por vezes, está presente nos ambientes perturbados como nas bordas entre cidade, as áreas de matas (semiurbana) e florestas secundárias, pois suas lagartas nutrem-se esporadicamente das folhas novas de laranjeiras, preferindo, no entanto, rutáceas silvestres (Otero, 1992), existentes nos ambientes preservados, como as florestas primárias, onde sua população é maior. Tem por rotinas a manutenção de um raio de voo relativamente próximo dos sítios onde haja boa disponibilidade de flores. Os machos também são avistados no chão bebendo água com sais. O voo é veloz e irregular.

As lagartas têm um corpo coberto esparsamente de pequenos tubérculos espinhosos. A cor, nos estágios finais próximos do encrisalidar, é predominantemente marrom, castanho e amarelo esbranquiçado. É assim, outro exemplo onde a larva se parece com excremento de pássaros. Seus hábitos são diurnos e solitários. As lagartas se alimentam de várias plantas (são polífogas) da família botânica Rutaceae (Otero, 1992).
A. Soares & F. Sandrin

Caligo eurilochus eurilochus (Cramer, 1775), foto por: R. Santos

Caligo eurilochus eurilochus, R. Santos, Borboletário, Mangal das Garças, Belém, PA.
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O autor, a espécie e a foto

Em foto de Rui Santos (46 anos, funcionário público), feita em 01-VI-2012, temos aqui nossa trigésima quinta participação do público! Trata-se de uma super imagem de Caligo eurilochus eurilochus (Cramer, 1775), lepidóptero da família Nymphalidae, subfamília Morphinae, capturada utilizando-se uma Fujifilm FinePix HS20EXR (com 16m.pixels), no Borboletário em Mangal das Garças, Belém, PA. A foto foi tirada aproximadamente às 11h45min de uma manhã ensolarada, utilizando-se a lente padrão da máquina.

Biologia

Feita a foto nas dependências do Borboletário em Mangal das Garças na cidade de Belém pelo fotógrafo e orquidófilo, vemos a borboleta alimentando-se no isca de frutas maduras. C. e. eurilochus (Cramer, 1775), é uma borboleta comuníssima que voa em locais sombreados (umbrófilos) sendo muito raramente avistada fora mata fechada. Presente tanto nos matas perturbadas secundária (mais frequente) quanto nos arredores dos centros urbanos, prefere o nível mais próximo do solo da floresta onde visita frutos maduros caídos ao chão para se alimentar do sumo desses. Tem voo lento e com suaves guinadas nos sentidos vertical e horizontal. Como muitos indivíduos da tribo Brassolini, possui nas cores das faces inferiores um excelente disfarce. Exibindo ocelos e cores crípticas, que podem, ora funcionar como camuflagem (quando oculta o inseto nas mata) e ora como mimetismo (quando seus ocelos são tomados pelos predadores como olhos de animais) afugentado ou desviando o ataque das partes mais vitais do corpo de C. e. eurilochus (com. pess. Luiz S. Otero).

Lagartas têm o dorso do corpo em tons castanho, listras latero-longitudinais marrons e creme. Ainda há quatro pequenos espinhos. A cabeça é muito típica com três pares de cornos. A extremidade oposta do corpo exibe dois apêndices espiniformes. Os hábitos são gregários e noturnos. Alimentam-se de vários tipos de bananeiras e marantáceas (Otero & Marigo, 1990). Pode ainda ser praga de culturas comerciais, como no caso da bananeira tradicional, Musa paradisiaca L., Musaceae e de palmito-jusara, Euterpe edulis Mart., Arecaceae (Costa Lima, 1968).
A.Soares

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Phoebis philea philea (Linnaeus, 1763), foto por: C. Koschnitzke

Phoebis philea philea, C. Koschnitzke, na Lagoa do Visgueiro, Parq. Nac. Rest. Jurubatiba, Quissamã, RJ.
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O autor, a espécie e a foto

Em foto de Cristiana Koschnitzke (47 anos, bióloga/botânica), feita em 12-IV-2012, temos aqui nossa trigésima quarta participação do público! Trata-se de uma boa foto de Phoebis philea philea (Linnaeus, 1763), lepidóptero da família Pieridae, subfamília Coliadinae, capturada utilizando-se uma Kodak EasyShare C713 (com 7m.pixels), na Lagoa do Visgueiro, Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, em Quissamã, RJ. Para a foto, tirada aproximadamente às 1oh no início de uma manhã nublada, a autora usou lente padrão da máquina.

Biologia

Tirada a foto nas cercanias da Lagoa do Visgueiro, Parq. Nac. da Rest. de Jurubatiba, Quissamã, RJ, vemos timidamente a borboleta entre a folhagem no momento em que seu aparelho bucal (espirotromba) está estendido, mas ainda não foi introduzido na corola da Temnadenia odorifera (Vell.) J.F. Morales uma planta da família Apocynaceae. P. p. philea (Linnaeus, 1763), é mais uma das borboletas do grupo que se adapta muito bem às áreas urbanas, sendo frequentemente observadas até nas zonas edificadas das cidades. A respeito deste fato, pode-se dizer desta espécie o mesmo que falamos sobre A. menippe (Hubner, [1818]), ou seja, que esta adaptação se deve a dois fatores: sua resistência à poluição atmosférica e abundância de alimento provido pelo uso, rotineiro, da árvore Senna siamea Lam. (uma das várias plantas deste gênero que servem de alimento para as suas lagartas), na arborização de parques e jardins. Além disso, ainda corrobora para a presença em grandes populações dentro das cidades o fato do adulto dessa espécie estar enfeudado a flores cultivadas dos gêneros Impatiens, Hibiscus, Ixora e Duranta (Otero, 1986), o que facilita a procura por néctar. Também pode ser encontrada nas fronteiras entre as cidades e as florestas (semiurbana). Além dessa presença dentro ou próxima aos centros urbanos, pode-se também avistá-la nos campos ou florestas onde marca presença em flores ou inflorescências nas bordas de trilhas e estradas, região em que é igualmente possível ver os machos sobrevoando o solo molhado ou margens de poças de água após chuvas, onde bebem água e retiram sais minerais. Possui com grandes populações e gosta de voar em locais ensolarados (heliófila). Seu voo é rápido e em altura mediana.
Lagartas têm o corpo amarelo esverdeado, quase liso, com pequenos tubérculos na cor negra. Os hábitos são solitários e diurnos. Alimentam de muitas espécies de cássias, plantas do gênero Senna, da família Solanaceae (Otero, 1996).
A. Soares

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Blepolenis batea batea (Hubner, [1821]), foto por: R. França

Blepolenis batea batea, R. França, Pedra Grande, Atibaia, SP.
Clique na foto para vê-la ampliada!

O autor, a espécie e a foto

Em foto de Renato França (47 anos, fotógrafo/publicitário), feita em 10-III-2012, temos aqui nossa trigésima terceira participação do público! Trata-se de um belo close-up de Blepolenis batea batea (Hubner, [1821]), lepidóptero da família Nymphalidae, subfamília Morphinae, capturada utilizando-se uma Canon EOS 7D (com 18.1m.pixels), em Pedra Grande, Atibaia, SP. Para a foto, tirada aproximadamente às 10h30min no início de uma manhã parcialmente nublada, o autor ainda usou uma lente macro de 105 mm da marca Nikkor.

Biologia

Foto tomada nas cercanias de Pedra Grande, Atibaia, capturou o autor no momento de repouso em uma folha, esta espécie de borboleta que voa nos períodos da aurora e crepúsculo. Há poucos dados a respeito de B. b. batea (Hubner, [1821]), sendo assim, para tratar sobre vários detalhes, a melhor maneira de citar tais particularidades sobre esta espécie é relacioná-la com as suas “primas”, as espécies do gênero Opsiphanes. É uma borboleta incomum que voa em locais sombreados (umbrófilos) sendo muito raramente avistada fora mata fechada. Presente tanto na mata secundária (menos freqüente) quanto nas primárias (mais freqüentes), prefere o nível mais próximo do solo da floresta onde visita frutos maduros caídos ao chão para se alimentar do sumo desses. Tem voo lento e com suaves guinadas nos sentidos vertical e horizontal. Como muitos indivíduos da tribo Brassolini, esta espécie possui nas cores das faces inferiores das asas, um excelente disfarce. Exibe assim ocelos e cores crípticas, que podem, ora funcionar como camuflagem (quando oculta o inseto nas mata) e ora como mimetismo (quando seus ocelos são tomados pelos predadores como olhos de animais) afugentado ou desviando o ataque das partes mais vitais do corpo de B. b. batea (com. pess. Luiz S. Otero).

Lagartas provavelmente, assim com as do gênero Opsiphanes, têm o corpo em tons verde ou castanho com listras longitudinais. A cabeça é muito típica com pares (dois ou mais) de cornos. A extremidade oposta do corpo também pode ser muito interessante, pois possivelmente, exibe dois apêndices espiniformes. Os hábitos devem ser gregários (em pequenos grupos) e noturnos. Alimentam-se, por exemplo, capim amargoso, Panicum lanatum Sw., Poaceae e o jerivá, Arecastrum romanzoffianum Becc., Arecaceae (Penz, Aiello & Srygley, 1999).
A. Soares