quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Heliconius ethilla narcaea (Godart, 1819), foto por: F. Sandrin

Heliconius ethilla narcaea, F. Sandrin, Horto Florestal (Estação Experimental) Bauru, SP.
Clique na foto para vê-la ampliada!

O autor, a espécie e a foto

Em foto de Fátima Sandrin (59 anos, professora, bióloga/etóloga), feita em 16-IV-2012, temos aqui nossa quadragésima quarta participação do público! Trata-se de uma bela foto de Heliconius ethilla narcaea (Godart, 1819), lepidóptero da família Nymphalidae, subfamília Heliconiinae, feita por meio de uma Canon EOS Rebel 2Ti (com 18m.pixels), no Horto Florestal (Estação Experimental) da cidade de Bauru, SP. Para a foto, tirada aproximadamente às 11h em dia ensolarado, a autora usou uma lente macro Canon 100mm. A imagem foi capturada com luz natural, abertura de diafragma f. 3.2, velocidade 1/800 s, ISO 160.

Biologia

Em mais uma foto feita no Horto Florestal de Bauru a autora nos traz um interessantíssimo flagrante da corte entre um casal de borboletas popularmente conhecidas como maria-bobas. Na imagem temos o macho voando e a fêmea pousada sobre a folha. O voo do macho é um tipo de balé, quando pulveriza odores estimulantes (feromônios) sobre a fêmea na tentativa de prepará-la para a cópula. Apesar disso, a fêmea, ainda não preparada para acasalar se mantém de asas abertas o que obstrui os esforços do companheiro (com. pess. Luiz Otero). H. ethilla narcaea (Godart, 1819) é encontrada em uma faixa que abrange do litoral sul da Bahia, Estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro, zona de fronteira entre esses estados e o de Minas Gerais descendo até litoral do Estado de São Paulo e daí estendendo-se para região central do estado. Nesta última porção ocorre misturada com outra subespécie, H. ethilla polychrous C. & R. Felder, 1865 (apresenta uma coloração mais escura, com menos amarelo), pois o centro de São Paulo é uma zona de sobreposição destas subespécies. É um inseto comuníssimo, que apresenta voo lento e regular, gostando de voar tanto em locais ensolarados (heliófilos) como nos mais sombreados (umbrófilos). Quase sempre prefere ambientes perturbados como as bordas das cidades, as áreas de matas (semiurbana) e florestas secundárias. É uma boa indicadora de área que sofreu ação do homem.

As lagartas têm um corpo coberto esparsamente por espinhos negros. A cor do corpo é predominantemente branca na região dorsal, mas também apresenta pontos negros. Ventralmente tem coloração amarela. Ao contrário de muitas lagartas, essas são bem visíveis sobre a folhagem, todavia, são rejeitadas pelos predadores, pois suas cores são também indicativas de sua toxidade (têm cores apocemáticas). Com hábitos diurnos e solitários, as lagartas alimentam-se de várias espécies de maracujá, que incluem tanto os selvagens quanto o cultivado Passiflora alata Curtis (Otero, 1986).
A. Soares & F. Sandrin

2 comentários:

  1. Belíssima foto, Fátima! Meus parabéns! Trabalho com esta espécie, que também ocorre aqui nos três estados do Sul do Brasil.

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  2. Obrigada André por seu elogio. Continua trabalhando com esta espécie?

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