sábado, 3 de março de 2012

Detalhando o visual dos lepidópteros 02: a cabeça

Visão frontal da cabeça de uma lagarta e de uma borboleta, esquema por: L. A. Costa.
Clique no esquema para vê-lo ampliado!

Legenda 1
A- CABEÇA DA LAGARTA, visão frontal:
1- Placa epicranial (*); 2- Olho sensorial (**); 3- Antena (*); 4- Clípeo; 5- Labro; 6- Aparelho bucal, mandíbula (*);
B- CABEÇA DA BORBOLETA, visão frontal:
1- Epicrânio; 2- Olho composto (*); 3- Antena (*); 4- Ocelo (*); 5- Clípeo; 6- Labro; 7- Aparelho bucal, maxila direita (a espirotromba está com o par de maxilas separadas); 8- Palpo labial direito (o palpo labial esquerdo foi removido para melhor visualização das maxilas).
(*) Sendo o corpo dos lepidópteros composto de duas faces equivalentes (simetria bilateral), todas as estruturas assinaladas existem aos pares, estando suas correspondentes no lado oposto do corpo.
(**) A estrutura assinalada existe em número de doze, seis pares em cada hemisfério da cabeça.

Introdução

A cabeça é de um lepidóptero, esteja ele estágio jovem (lagarta) ou adulto (borboleta) é uma parte do corpo que sofre incríveis transformações com a metamorfose. Como dois exemplos dessas transformações nós temos os olhos e o aparelho bucal. Os olhos que na lagarta estão situados lateralmente nas placas epicraniais (atenção! não confundir a região com olhos!) são em número de doze (seis pares em cada lado do corpo), sendo cinco mais próximos e um isolado. O incrível é que estas estruturas de pequenos sensores isolados deixarão de existir com a metamorfose, e executando as suas funções, surgirá um grande olho composto e ainda um par de ocelos. Tal fantástica transformação tem um tremendo potencial para fotos em close-up aproveitando o belíssimo visual dos olhos compostos que, normalmente,  oferece uma imagem colorida com fantástico degrade de cores. Já o aparelho bucal não deixa por menos. Sofre muitas transformações! Mas, a que se torna um fato digno de destaque é: a troca das fortes e rígidas mandíbulas (que fazem o trabalho de mastigação da lagarta), pelas delicadas e flexíveis maxilas que compõe a probóscide (espirotromba) da borboleta (peça vital para a nova forma de alimentação líquida do lepidóptero), que tem incrível potencial para imagens, quando em ação nas pétalas das flores buscando pelas fontes de néctar (tubos nectaríferos).

Visão lateral da cabeça de uma borboleta, esquema por: L. A. Costa.
Clique no esquema para vê-lo ampliado!

Legenda 2
C- CABEÇA DA BORBOLETA, visão lateral:
1- Epicrânio; 2- Olho composto (*); 3- Antena (*); 4- Ocelo (*); 5- Clípeo; 6- Labro; 7- Aparelho bucal, maxilas (espirotromba); 8- Palpo labial.
(*) Sendo o corpo dos lepidópteros composto de duas faces equivalentes (simetria bilateral), todas as estruturas assinaladas existem aos pares, estando suas correspondentes no lado oposto do corpo.

A cabeça

A cabeça da de um lepidóptero ainda no estágio de lagarta é composta, de um modo simplificado, por: um grande par de placas epicraniais (uma em cada hemisfério da cabeça); doze pequenos olhos sensoriais (seis pares em cada lado do corpo, sendo cinco mais próximos entre si e um isolado); um par de antenas (um em cada hemisfério epicranial, situadas basalmente); um clípeo (tem formato de delta e fica na região inferior entre os hemisférios epicraniais); um labro (peça superior do aparelho bucal logo abaixo do clípeo); um forte par de mandíbulas (fixadas internamente no aparelho bucal se estendo para além dele). Há outras estruturas além dessas citadas, como no exemplo: as maxilas, mas, são bem pequenas ou atrofiadas. Destacam-se funcionalmente: os olhos e as antenas que têm funções sensoras (captam sensações e condições do meio) e as mandíbulas, que obviamente são utilizadas na obtenção dos alimentos cortando e mastigando-os.
Já cabeça da borboleta, de uma maneira simplificada, é composta por: um epicrânio (posicionado na região superior e central da cabeça); um par de grandes olhos compostos (de cada lado do crânio); um grande clípeo (com formato de trapézio e fica na região inferior ao epicrânio, entre os olhos compostos); um par de antenas (uma de cada lado do crânio, entre a margem inferior do epicrânio e a superior do clípeo); um par de ocelos pequeníssimos (um de cada lado do epicrânio em região pouco posterior às antenas); um labro quase vestigial (peça superior do aparelho bucal logo abaixo do clípeo); um par de maxilas adaptado como probóscide, ou espirotroma (fixadas internamente no aparelho bucal se estendo pareadas para além dele); e um grande par de palpos labiais que “estoja” a probóscide (laterais a espirotromba). Há outras estruturas além dessas citadas, como no exemplo: os palpos maxilares, mas, são bem pequenas ou atrofiadas. Mais uma vez, destacam-se funcionalmente: os olhos e as antenas que têm funções sensoras (captam sensações e condições do meio) e espirotromba, que obviamente é utilizada na obtenção do alimento, sugando o néctar.
A. Soares

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