sábado, 21 de abril de 2012

Biblis hyperia hyperia (Cramer, 1779), foto por: F. Sandrin

Biblis hyperia hyperia, F. Sandrin, Horto Florestal (Estação Experimental) Bauru, SP.
Clique na foto para vê-la ampliada!

O autor, a espécie e a foto

Em foto de Fátima Sandrin (59 anos, professora, bióloga/etóloga), feita em 01-IV-2012, temos aqui nossa vigésima sexta participação do público! Trata-se de uma bela foto de Biblis hyperia hyperia (Cramer, 1779), lepidóptero da família Nymphalidae, subfamília Biblidinae, feita por meio de uma Canon EOS 2Ti (com 18m.pixels), no Horto Florestal (Estação Experimental) da cidade de Bauru, SP. Para a foto, tirada aproximadamente às 11h45min em dia ensolarado, a autora usou uma lente Canon 135mm. A imagem foi capturada com luz natural, abertura de diafragma f. 6.3, velocidade 1/500 s, ISO 1000, distância do objeto 1,3m.

Biologia

A foto feita na Estação Experimental do Horto Florestal de Bauru é um ótimo flagrante de uma atividade incomum para a espécie! Nela vemos atipicamente a borboleta sobre o buquê de flores (inflorescência) do arbusto Lantana camara L., uma planta da família Verbenaceae, uma fonte alternativa de alimento. B. h. hyperia (Cramer, 1779), como a maioria dos representantes da subfamília Biblidinae, é um lepidóptero que habitualmente se alimenta do sumo de frutos caídos ao chão, sendo comum observar os indivíduos concentrados em bagaço de cana e outras fontes de álcool de fermentação (Brown, 1992). Por ser a única espécie do gênero é inconfundível e ostenta este padrão de cores chamativas, em negro e vermelho, que também são indicativas de sua toxidade (cores apocemáticas). Este colorido serve de alerta para os predadores. Esta espécie é encontrada em uma vastíssima área, ocorrendo desde o sul Estados Unidos (zoo-região Neartica), passando pelo México e chegando até a Argentina (zoo-região Neotropical). No Brasil é um inseto comum que gosta de voar em locais ensolarados (heliófilos) podendo ser observada em vários habitats. Nos ambientes perturbados como nas bordas entre cidade, as áreas de matas (semiurbana) e florestas secundárias há uma população maior. Já nos ambientes preservados, como as florestas primárias, sua população é menor. A espécie possui um voo lento e tem por rotinas a manutenção de um raio de voo relativamente próximo dos sítios onde haja boa disponibilidade de flores.

As lagartas têm um corpo coberto de processos espinhosos e ramificados. A cor, nos estágios finais próximos do encrisalidar, é predominantemente marrom. Sua cabeça apresenta um par de cornos com processos espinhosos laterais. Seus hábitos são diurnos e solitários. As lagartas se alimentam de uma trepadeira, Tragia volubilis L., planta da família Euphorbiaceae (Da Silva, 2008).
A. Soares & F. Sandrin

3 comentários:

  1. Olá Alexandre, qual a diferença entre esta e a subsp. Biblis hyperia nectanabis?

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  2. Paulo infelizmente eu não conheço a subespécie Biblis hyperia nectanabis.
    Sei que é o bicho aí de vocês no sul. Só que ainda não tive a curiosidade de olhar a série de bichos aí do sul aqui na coleção. Segunda checo.
    Mas...
    Mas...
    Por vezes, a subespécie de uma tal região não apresenta diferença em relação a outra!!!
    Entendendo a subespécie como sendo uma raça da espécie só que isolada geograficamente podemos pensar...
    Bem são os mesmos bichos (têm a mesma bagagem genética) e em teoria até cruzariam entre si. Daí que muitos pesquisadores desconsideram a subespécie (um exemplo e o R. R. Robins americano que estuda os Lycaenidae).
    Mas, por outro lado, se está no Código Internacional temos que nos esforçar para manter os nomes nas coleções não é mesmo?
    Sim que aqui eu adoto o nome subespecíficos para os Sphingidae. Não podem ser retirados de uma publicação científica por exemplo.
    Bem finalizando o que eu quero dizer com esta missa é que se considerarmos apenas Biblis hyperia não seria um erro nos casos do blog, arrumação da coleção, enfim, em tudo que não for publicação científica ou oficial.

    Outra. A falta de diferenças fenotípicas é rotineira em muitas subespécies. Exemplos existem muitos, este bicho aí pode ser um segunda (como falei acima) checo. Aguarde.

    Tenho aqui um colega bom para você conversar sobre este tema da subespécie é o Jorge Bizarro o e-mail é: bizlep@gmail.com
    Aliás, ele trabalhou em Curitiba e pode saber dizer a diferença antes que eu cheque na coleção. Entre em contato com ele e pergunte, ok.
    Alexandre

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  3. Muito obrigado Alexandre, realmente, esta questão de espécie e subespécie não esta muito clara para mim, mas agora já entendo melhor, eu pensava que a subespécie tinha que ter alguma diferença morfológica obrigatoriamente, mas vejo que não. Valeu.

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