segunda-feira, 9 de abril de 2012

Detalhando o visual dos lepidópteros 04: o abdômen

Visão lateral do abdômen de uma borboleta, esquema por: L. A. Costa.
Clique no esquema para vê-lo ampliado!

Legenda 1
A- ABDÔMEN.
1- Abertura respiratória, espiráculo (*); 2- Tergo, placa dorsal; 3- Pleura, placa lateral (*); 4- Esterno, placa ventral; 5- Cavidade da armadura externa do aparelho reprodutor; 6- Ânus.
(*) As estruturas assinaladas existem aos pares em cada segmento abdominal, onde se encontram figuradas.

Prefacio

Em primeiro lugar, gostaríamos mais uma vez de alertar ao visitante que interessado pelo tema, notará ao consultar uma obra sobre morfologia entomológica que a nomenclatura utilizada abaixo destoa, por vezes, da comumente existente nos livros técnicos/acadêmicos.
Bem sabemos que muito mais detalhes e se apresentar o abdômen de uma borboleta, mas insistimos em dizer:
- É nossa intenção simplificar ao máximo o conteúdo apresentado aqui, padronizando um exemplo esquemático de abdômen sem os precisos detalhes técnicos/acadêmicos geradores de complexa nomenclatura;
- Além disso, a grande riqueza de dados apresentados pelos esquemas técnicos/acadêmicos levaria a necessidade de se confeccionar desenhos muito mais elaborados, coisa desnecessária para se situar e se conhecer as zonas do corpo de um lepidóptero, a fim de, se fazer fotos em close-ups das pequenas estruturas do corpo das borboletas e mariposas.
Por fim, para os que se interessarem pelo tema com maior profundidade, nós indicamos a obra INSETOS DO BRASIL, publicada recentemente pela Editora Holos.

O Abdômen

O abdômen à parte mais alongada que é composta de onze segmentos, dos quais oito são visíveis, sendo que, conforme a espécie existe de seis a oito pares de aberturas respiratórias, dispostas uma de cada lado do corpo. As placas esqueléticas são menos esclerosadas que as do tórax e podem ser assim denominadas: tergos (placas dorsais), pleuras (par de placas laterais) e esternos (placas ventrais). Os segmentos têm forma anelar conferindo um aspecto tubular ao abdômen, a exceção dos últimos, mais extremos, que são diferenciados de modo a formar as armaduras do aparelho reprodutor (porção externa da genitália) e o ânus. Assim, detalhando temos que: o nono e décimo seguimento constitui-se nas armaduras externas das genitálias e o décimo primeiro no ânus que se abre acima dessas.

Visões ventrais das armaduras genitais de um lepidóptero: esquema A por A. Soares e esquema B por C.S. Motta.
Clique no esquema para vê-lo ampliado!

Legenda 2
B- Armadura genital masculina.
1- Saco; 2- Valva (*); 3-Harpa da valva (*); 4- Tegume; 5- Unco; 6- Gnato; 7- Edeago.
C- Armadura genital feminina.
1- Papila anal (*); 2- Apófise posterior (*); 3- Placa basal; 4- Apófise anterior (*); 5- Óstio; 6-Bolsa copuladora; 7- Ducto da bolsa copuladora.
(*) Sendo o corpo dos lepidópteros composto de duas faces equivalentes (simetria bilateral), as estruturas assinaladas existem aos pares, estando sua correspondente no lado oposto do corpo.

As armaduras genitais: masculina e feminina

Em primeiro lugar, explicamos que convencionamos denominar a parte externa e mais esclerosada das genitálias de “armaduras”, para diferenciar de todo aparato genital que é compreendido não só das partes externas como também das internas. Assim sendo, a armadura genital masculina de um do simplificado é composta por: o saco que é uma base onde toda a estrutura se apoia e articula; da um par de grandes valvas laterais que podem apresentar subpeças chamadas harpas que se localizam na base das valvas; uma estrutura cônica superior chamada tegume o qual tem na sua ponta o unco que pode possuir extremidade dotada de dentes ou ganchos; uma peça inferior ao unco chamada gnato que pode apresentar espinhos; e finalmente localizado centralmente, envolto e preenchido de musculatura e membranas, para eversão e reversão, está o edeago ou pênis. Todas estas peças trabalham no sentido de alinhar e fixar as extremidades do abdômen para que o macho possa enganchar firmemente no abdômen feminino o que permite o reboque do macho pela fêmea durante a cópula. Já a armadura genital feminina é muito mais simples. Visível mais externamente há dilatações bulbosas e pilosas que são as papilas anais que são fixadas pelas apófises posteriores; mais para o interior da luz da cavidade genial temos uma placa basal onde há o óstio (uma abertura genital central) e que é fixada por e apófises anteriores que por sua vez partem do oitavo tergo. Na genitália feminina a maioria das peças importantes são internas e pouco esclerosadas. A título de exemplo destacamos: bolsa copuladora e o ducto da bolsa copuladora.
A. Soares

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