Morpho menelaus coeruleus, A.L. Moreaux, Jardim Botânico, Rio
de Janeiro, RJ.
Clique
na foto para vê-la ampliada!
O
autor, a espécie e a foto
Em foto de Achilles Lucio Moreaux (47 anos, advogado),
tirada em 29-II-2004, temos aqui nossa quinquagésima nona participação do
público! Trata-se de um belo flagrante de Morpho menelaus coeruleus (Perry, 1810), lepidóptero
da família Nymphalidaee, subfamília Morphinae, capturada utilizando-se uma Sony
CiberShot DSC-F505 (com 5m.pixels), no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, RJ. A
foto foi tirada com “sol a pino” em dia bem ensolarado, aproximadamente às 12h45min, utilizando-se a
lente padrão da máquina.
Biologia
Flagrada sobre caule de árvore, provavelmente a
meia sombra proporcionada pela copa da árvore, vemos uma borboleta, Morpho menelaus coeruleus
(Perry, 1810), recém eclodida em perfeito estado. Tanto suas cores quanto suas
asas apresentam-se de modo perfeito. Suas faces apresentam imenso contraste. No
dorso, que aqui não é visto, exibe um belíssimo azul metálico. Já na face
ventral, como podemos ver, a borboleta tem cores crípticas que ajudam na
camuflagem. Além disso, também possui ocelos em um mimetismo que funciona, por
vezes, espantando os predadores, e por outras, levando os predadores ao erro em
seu ataque fatal. Explica-se tal caso, pois, de modo geral os predadores convergem
sua ação atacando a preza na cabeça (porque é nela que estão os olhos) visando
matar mais rapidamente. Todavia, como nesta borboleta, os ocelos não se localizam
nesta região vital o predador tem sua ação frustrada e a presa não é morta.
Assim sendo, os falsos ocelos funcionam como um engodo desviando a investida
mortal dos predadores! Esta espécie habita as matas e também o entorno das
cidades. É comum, porém restrita a determinada época do ano. Voa desde o final
de fevereiro até princípio do mês de maio. Ele, em média, ocorre próximo ao solo
em uma altura ligeiramente mais elevada do que o voo de Morpho helenor achillaena (Hubner, [1823]). A espécie é avistada se
alimentando do sumo de frutos maduros caídos ao chão da floresta. Todavia, é incomum,
mas, por vezes, pode ser vista também sobre a lama se alimentando de sais.
Os ovos são hemisféricos e têm postura isolada ou
em grupo feita nas folhas das espécies: arco-de-pipa, Erythroxylum pulchrum A.St.-Hil, uma Erythroxylaceae e aldrago, Pterocarpus violaceus Vogel, uma Fabaceae.
Levam treze dias para eclodir. Lagartas são belíssimas! Parecem ter
o corpo coberto por uma tapeçaria! Têm variações no aspecto e cor. Assim, há
zonas do corpo lisas e outras pilosas. As cores são fantásticas. Por exemplo,
no dorso, existem máculas de diversos formatos em tons de verde-esmeralda sobre
um fundo castanho. Vivem isoladamente ao contrário de Morpho epistrophus catenaria
(Perry, 1811) que é gregária. Os hábitos noturnos e igualmente fantásticos.
Elas para proteger-se, cortam uma folha de sua planta-alimento que se torna
seca, fixa-a ao ramo com fios de seda e assim constrói seu abrigo homocrômico,
saindo à noite para comer (Otero, 1990)!
A. Soares